“Embora sendo Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se Autor
da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” - (Hebreus 5:8-9)
O Cristo também nos amou. Caso
contrário não teria descido do céu. Assim, Cristo ama os pecadores por mandado
do Pai. Da mesma forma, o Pai quer que olhemos para a humanidade de Cristo e
lhe retribuamos o amor. Também isto: que lembremos que Cristo fez tudo isso por
ordem de Deus, segundo a mais nobre boa vontade. Do contrário, seria terrível
meditar sobre Cristo. Porque ao Pai é retribuído o poder, ao Filho, a
sabedoria, ao Espírito Santo, a bondade. A esses jamais podemos alcançar por
nós mesmos; ao contrário, devemos desesperar diante deles.
Agora, se sabemos que Cristo desceu do
céu, amou os pecadores em obediência ao Pai, e nos pomos a meditar sobre isso,
achegamo-nos corajosamente a Cristo e nele confiemos com firmeza; pois nos
damos conta de que Cristo é a verdadeira carta, o livro dourado no qual lemos e
aprendemos a ver a ele, a termos diante dos olhos a vontade do Pai. Assim é
impossível que tenhamos uma consciência miserável desanimada, pois em Cristo
ela é animada e fortalecida.
Isso agrada em muito às almas piedosas,
e dá ao Pai, por meio do Filho, Jesus Cristo, toda a glória, honra e louvor.
Desse modo, Deus não possui nada senão o melhor, e isso ele reparte conosco:
alimenta-nos, carrega-nos nos braços, cuida de nós, etc., por meio de seu
Filho. E, assim, nosso coração é transformado para seguir a Cristo Jesus. Esta
é a razão pela qual Cristo ama os pecadores: seu Pai lhe deu essa incumbência.
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